Pagani Zonda
Apesar de não possuir de um nome tão reconhecido como Ferrari ou Lamborghini, o Pagani Zonda é um dos melhores e mais dramáticos supercarros do mundo, com prestações equiparáveis (e até superiores) aos seus rivais italianos, mas com um nível de exclusividade bastante superior, sendo consideravelmente mais caro e raro do que qualquer Ferrari ou Lamborghini.
A Pagani foi fundada em 1992 pelo ítalo-argentino Horacio Pagani, que geria o departamento de compósitos da Lamborghini, chegando até a trabalhar em compósitos para certos Lamborghinis como o Countach e o Diablo. Mas outra coisa que o senhor Pagani gosta tanto como compósitos, é a atenção ao detalhe, coisa em que a Pagani como marca é líder na indústria automóvel, atingindo níveis quase obsessivos.
O primeiro carro produzido pela Pagani seria o Zonda C12 em 1999, que possuía originalmente o nome de Fangio F1, mas com a morte do famoso piloto de fórmula 1 em 1995, Horacio decidiu não o usar por respeito.
A primeira versão do Zonda possuía um V12 de 6L de capacidade vindo da Mercedes-Benz com 395 ou 445 cavalos. Juntamente com uma carroçaria leve e um peso total de 1350 quilos, o Zonda era capaz de ir dos 0 aos 100 Km/h em 4,1 segundos e atingir uma velocidade máxima de 300 Km/h. Mais versões do Zonda seriam introduzidas ao longo do tempo onde seria introduzido um motor de V12 de 7L de capacidade modificado pela divisão AMG da Mercedes (posto no C12S) e depois um motor de 7.3L feito pela própria AMG (colocado no Zonda S e Zonda F). No entanto, as últimas versões mencionadas são apenas a ponta de um pequeno iceberg em relação a outra característica do Pagani Zonda, que é a infimidade de versões diferentes que existiram do mesmo carro, ao longo dos seus 20 anos de produção. Existem pelo menos 38 versões do Pagani Zonda, entre versões de pista, edições especiais, one-offs para clientes especiais e as versões normais de produção, e, tendo em conta que só existem 180 no total, significa que um Zonda, qualquer que seja a versão, é praticamente único.
Para preservar a sua sanidade, não serão escritos os nomes de todas as versões do Zonda, para também evitar que este artigo fique com tamanhos semelhantes ao da Bíblia escrita por Jesus Cristo.
Uma das versões mais importantes deste carro é o Zonda R, que é uma das versões de pista. Este Zonda nasceu para competir com outros carros focados para pista, como o Ferrari FXX ou o (recente) Aston Martin Vulcan, e chegou a bater o recorde da pista de Nurburgring na Alemanha, registando um tempo de 6:47 segundos, que para contexto, é 20 segundos por volta mais rápido que um carro de Fórmula 1 dos anos 70, que não são exatamente máquinas lentas.
Existe também uma versão única do Zonda comissionada pelo 7 vezes campeão do mundo de Fórmula 1, Lewis Hamilton, chamado Zonda 760LH, baseado no 760RS (originalmente concebido para um empresário chileno) mas pintado de roxo por dentro e por fora e com uma caixa manual em vez de automática. O carro esteve envolvido num acidente em 2015, mas terá sido reparado e ainda está sob a posse de Lewis Hamilton, que de certeza que não pagou pouco para reparar o seu precioso Zonda. O carro também possui o V12 de 7.3L da AMG com 750 cavalos, logo, tal como o escritório de Hamilton na Fórmula 1, este carro acelera como se estivesse a cair de um penhasco.
Eventualmente, e apesar de adorar o Zonda tanto como os fãs, a Pagani decidiu fazer o seu substituto, o Huayra, depois de 13 anos apenas a produzir Zondas.
O objetivo do Huayra não podia ser mais simples, ser melhor e mais dramático que o Zonda, e para isso o Huayra passou a ter dois turbos ligados ao seu motor, para uma potencia de 730 cavalos, e passou a ter um tempo de aceleração dos 0 aos 100 Km/h de apenas 2,6 segundos e uma velocidade máxima de 360 Km/h, que são prestações absurdas para um carro de estrada e suficientes para reposicionar os seus órgãos internos. Se tiver medo da velocidade, ficará descansado ao saber que o carro a 200 Km/h consegue imobilizar-se em apenas 4 segundos e meio, colocando os seus órgãos internos novamente no sítio correto.
A atenção ao detalhe também está fora da escala. Um perfeito exempo disso é a manete das mudanças, que possui cerca de 70 componentes diferentes apenas para se ouvir um click mecânico quando se muda a posição da manete, e o mecanismo é exposto para se ver o trabalho de artesão presente naquele pequeno espaço. Ora, se a zona da manete das mudanças tem este nível de detalhe, dá para ter uma ideia de como será o resto do carro.
A partir daqui a Pagani também já começou a fazer varias versões do Huayra, que tem sido bem sucedido em capturar a magia do seu irmão mais velho e a ser um dos poucos hipercarros que não representa apenas uma iniciativa para vender o máximo possível, mas sim um carro ultra exclusivo e cuidadosamente elaborado por artesãos que são dos melhores do mundo no que fazem. O Zonda, tal como o Huayra, é um carro que se tem por gosto (mesmo sendo caro) e no qual não se mete pinturas em vinyl e acessórios não originais, pois esse claramente não é o objetivo do carro, pois iria arruinar a arte subtil e bastante bem conseguida de ambos os carros.